Quais as vantagens e desvantagens dessa forma de gravar
Quando estamos iniciando no áudio e nos deparamos com os primeiros desafios de uma gravação, não nos valemos dos recursos mais avançados de uma DAW para produzir nossas músicas. De início, queremos logo ver como a coisa funciona, e mesmo com pouco tempo de experiência, já tentamos fazer o melhor som.
Partimos então, pelo caminho mais fácil e intuitivo. Quando
ao final desse processo os resultados obtidos não agradam, o que é
perfeitamente normal, nos decepcionamos, seja com o "volume" final da nossa
gravação ou, em comparação com as gravações profissionais, nos incomodamos com todo o resto,
áudio saturado, mix soando embolada, etc.
Neste post vou discorrer sobre uma forma de gravar que mudou a minha satisfação com a gravação de meus violões. Essa forma de gravar processando, ou gravar com os plugins de áudio já insertados, ou gravar IN FX, entre outras denominações, tem me ajudado a conquistar mais satisfação com essa atividade. Por esta razão quero compartilhar aqui com você esse conhecimento. Então vamos nessa.
Gravação no universo digital
No universo da produção musical digital, gravar um instrumento ou a própria voz se resume em registrar sinais analógicos captados por instrumentos ou equipamentos e transformá-los em sinal digital por meio de um processo de conversão de áudio. Essa informação analógica transformada em dados binários é então registrada em tempo real em uma mídia de armazenamento, como HD, SSD, ou Disco óptico e processada e gerida por um software que conhecemos como DAW (Digital Audio Workstation).
As principais DAWs do mercado oferecem uma interface intuitiva para o processo de gravação, mixagem e masterização (etapas distintas no processo técnico de produção de uma música). Todas as DAWs possibilitam a gravação de sinais por faixas, pistas ou tracks, ou seja, para cada instrumento, pode-se atribuir uma track separadamente.
Quando vamos gravar um instrumento, ou voz, existem duas formas básicas. A mais usual é captar o áudio e, posteriormente, durante a mixagem, insertar os plugins desejados para trabalhar a estética de cada instrumento: equalização, compressão, reverb, chorus, delay, distorção etc.
Gravar não processando
Esta forma usual tem como vantagem a possibilidade de se experimentar diferentes configurações de áudio com a inserção de plugins posteriormente à gravação, possibilitando a remoção dos mesmos caso a sonoridade buscada não esteja de acordo com o resultado. Sendo assim é possível usar o Ctrl+Z e voltar atrás nas decisões.
Com isso, é possível buscar a combinação entre essas faixas gravadas, individualmente, e fazer soar bem, controlando o ganho individual e trabalhando na equalização, compressão, efeitos por faixa (mixagem) de cada instrumento. A cada inserção de plugins de áudio, duas coisas invariavelmente acontecem:
- aumento no tamanho do arquivo de áudio digital individual, exigindo maiores capacidades de armazenamento e processamento do computador;
- aumento do ganho, na soma dos sinais processados, ocasionando, se não controlada e planejada antes a estrutura de ganho da mix, uma sensação de mixagem embolada e até distorcida: uma sonoridade imprecisa e desagradável.
Ou seja, para se gravar vários instrumentos em uma música, deve ser levado em consideração que cada parte deverá ocupar o seu lugar no todo, mas na soma, todos devem soar harmoniosamente bem e “colados”.
Gravar processando (In FX)
Diferentemente da forma de gravar descrita acima, gravar processando significa a obtenção do sinal de um instrumento, ou de microfone, acrescentado das alterações causadas pela equalização, compressão e até de efeitos como reverb, dos plugins adicionados ao projeto. Para preparar uma gravação processando o sinal, é necessário definir o ganho de entrada, insertar os plugins numa cadeia de sinal, habilitar a track para gravar e iniciar a gravação tocando o instrumento. A medida em que o áudio vai sendo captado, ele já soma com as sonoridades modificadas, ocasionada pelos plugins. No exemplo do Reaper, o caminho para insertar os plugins é diferente do caminho "normal" como mostra a figura:
Considerações finais
cd
Postar um comentário